Apesar
de ser citado como exemplo de sucesso no combate à pobreza extrema, o programa
Bolsa Família é motivo de discordância entre os elaboradores do Relatório de
Desenvolvimento Humano e o escritório das Nações Unidas no Brasil. Enquanto os
estrangeiros veem deficiências no longo prazo, os funcionários que atuam em
Brasília afirmam que o desenho do programa foi muito bem desenvolvido.
O Relatório de Desenvolvimento Humano é o documento anual que
faz uma série de análises quantitativas de qualitativas e mensura o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH). A versão final do documento elogia o programa de
transferência de renda brasileiro, mas enxerga no programa uma boa solução de
curto prazo.
“Além disso (resultados
de curto prazo), não muito pode ser feito além de alívio
emergencial e apesar de ser bem desenhado, não é o melhor (programa)
no longo prazo”, afirma um trecho do relatório. “Tais programas precisam ser
desenhados de modo a assegurar que essas capacidades – especialmente aquelas da
próxima geração – sejam protegidas.”
“Da nossa perspectiva, do escritório brasileiro, o programa
Bolsa Família está muito bem desenhado e precisa e está sendo complementado por
outras iniciativas, por exemplo, as de formação profissional do Pronatec, o
programa de moradia Minha Casa, Minha Vida, o programa de produção
agroecológica, como o bolsa verde… Então, nós temos uma discrepância com os
nossos colegas do Relatório de Desenvolvimento Humano”, afirmou o coordenador
do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek.
Para o representante das Nações Unidas no País, o fim da dependência do
programa por uma família pode durar um ciclo de erações. Ele alega que, em
muitos casos, o capital social ainda é muito baixo, como, por exemplo, o nível
de educação.Apesar do tom mais crítico do relatório, a ONU reconhece que ações
como o Bolsa Família têm um custo orçamentário relativamente baixo para a
dimensão do impacto social.
O programa, um dos
carros-chefe dos governos do PT no Brasil, é citado como aquele “que custa 0,3%
do PIB (Produto
Interno Bruto – soma de todas as riquezas produzidas no País) em
2008-2009 e atingiu de 20% a 25% da redução da desigualdade”.
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